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Transverso

Cortemos a fita à nova rubrica do Opina – Transverso.


No início era o Universo... Com a erosão do tempo, fronteiras foram diluídas e muros caíram. Sem postos fronteiriços e com cada vez mais pontes, cresceu um país plural, o Transverso, onde um tema se expressa sob vários formatos. Não precisam de passaporte para entrar…


A primeira entrada do Transverso explora as “Invasões francesas em Portugal”, anexando um filme, um livro e um passeio.



O livro “Razões de Coração” (o fim justifica o nome) alinha perfeitamente com o filme ”As linhas de Wellington”. Ambos abordam transversalmente a vida dos portugueses e dos estrangeiros, que por cá vieram a cavalo da invasão, desde o simples camponês, ao padre guerreiro, às mulheres que se fizeram à vida, à fidalguia em transformação.



“Razões de Coração”, escrito por Álvaro Guerra, foca a acção principal entre Mafra, Ericeira e zonas limítrofes. Os capítulos unem várias histórias numa rica árvore de drama e comédia, onde qualquer um pode subir aos seus ramos e viver a vida das gentes do Oeste sob o jugo de Napoleão. A simplicidade do livro é tão eficaz, os pormenores tão deliciosos e as personagens tão bem construídas, que o leitor se sente em Portugal há 200 anos atrás, como se fosse hoje. Venham descobrir este livro, há espaço para ele junto do “Memorial do Convento” e das “Viagens na Minha Terra”.


“As linhas de Wellington”, realizado entre Raoul Ruiz e Valeria Sarmiento, trabalha a armadilha preparada por Wellington às tropas francesas, desde a Batalha do Buçaco até à periferia de Torres Vedras. Por entre esta grande manobra militar corre a paixão do povo, a sobrevivência do nobre, a luta do monge. Um épico à portuguesa, servido pelos melhores atores nacionais, com aparições de John Malkovich e Mathieu Amalric, acompanhada por uma óptima equipa técnica, da fotografia ao guarda-roupa. Do melhor que já se fez em Portugal.



Para sobremesa desta lauta refeição, sugiro um passeio até ao Luso, entrem na Mata Nacional com passagem pelo Palácio Hotel do Bussaco. Andem pela Mata, subindo ou descendo as escadas da Fonte Fria, entrando e saindo pelos portais, admirando a paisagem na Cruz Alta. Vivam a história onde ela aconteceu (talvez encontrem por lá o Bussaco).






Rafael Nascimento




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