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SUGESTÃO DE COMÉDIA: The Big Lebowski (1998)

É o fim de Agosto. O tempo está esquisito e tu estás sem grandes ideias sobre o que ver. A SIC até está a melhorar a sua aposta de fim de semana, mas precisas de algo com mais sumo. É isso que se quer num filme: a dose certa de entretenimento com a dose certa de substância.


Sobe o pano e apresento a minha primeira SUGESTÃO DE COMÉDIA: The Big Lebowski, dos irmãos Coen.



The Dude (Jeff Bridges) é um gajo sem preocupações: isto é, até um grupo de pulhas entrarem clandestinamente na sua moradia, enfiarem-lhe a cabeça na sanita e urinarem no seu majestoso tapete da sala. Agora terá de arranjar maneira de encontrar um culpado entre realizadores pornográficos, mulheres com uma visão artística demasiado sexual, molestadores de crianças que se tornam ícones do bowling local, miúdos que não gostam de fazer o trabalho de casa e… Oh well…


Se gostas do ator Jeff Bridges, este é O PAPEL que ele nasceu para desempenhar. The Dude é um dos protagonistas mais carismáticos e memoráveis da história do cinema: fight me on this, I dare you! Personificando o niilismo, a descontracção e o anarquismo social em proporções absolutamente épicas, esta é a lendária personagem que inspirou a criação de religiões. Don’t believe me? http://dudeism.com/


Aliás, estes maneirismos relaxados e inconsequentes da personagem são replicados pelo próprio argumento: linhas narrativas sem pay-off, personagens bizarras que não voltam a aparecer… Ou seja, o filme coloca-nos, literalmente, a caminhar nas pantufas do Dude.



E como em qualquer filme escrito pelos Coen, as ditas personagens bizarras são tão ou mais interessantes que a principal. John Goodman tem uma das suas interpretações mais estrondosas como Walter, um espalhafatoso veterano do Vietname, que acredita que todos os problemas à sua volta estão relacionados com a guerra na qual participou. E John Turturro… Ai Jesus!



Como é possível verificar pelo vídeo, a banda-sonora é outro dos pontos fortes desta comédia. Bob Dylan, Rolling Stones, Gipsy Kings, Creedence Clearwater Revival, Elvis Costello e claro…



AGORA, para os que estão a ler o artigo a pensar que estou a descrever um daqueles filmes cheios de puns (leia-se em inglês e não português, por favor) e comédia fácil (gente a apanhar com panelas nas trombas e no escroto), desenganem-se. The Big Lebowski tem piada pela interacção entre as suas extravagantes personagens, pelas frases hilariantes e a mirabolante crítica social extremamente dissimulada à guerra do Kuwait e aos EUA no geral.


Tudo isto num invólucro da mais pura sagacidade dos irmãos Coen. Aliados ao sempre fenomenal director de fotografia Roger Deakins, fazem esquecer o mundo real e aconchegam o espectador nesta “fantasia” de quase 2 horas. É uma experiência marcante, ímpar, que cresce em envolvência e riqueza com cada visualização e, se o que acabei de descrever te soar a apelativo, repleta de gargalhadas e memórias.


Diogo Simão

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