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Mês da Poesia: Nas Asas da Poesia - A lua já foi esquecida


A lua já foi esquecida;

desapareceu.

P’ra la da neblina caída.

No seu ouvido persiste

tinitus!

A fábrica ainda zumbe.

O estômago está vazio,

enrolado.

Ténue náusea de navio.

Sem assunto para a troca,

acena.

Pica o ponto. Fecha a porta.

Alheios fumos inspira.

_Adeus.

(Se fumasse, fumaria).

Pela viagem adormecido.

Rádio

que passa despercebido.

Quem ainda dorme?

Responde!

O ecrã quedo e silente.

O sol cedo aquece.

Acorda!

A rua tímida permanece.

O trinco tilinta sonoro.

Suspiro,

o lençol já foi levantado…

Corre os estores,

fadiga

expirada em mil eclipses

Na metade fria,

só,

exaurido, definha.

Tendo a luz sonhada.

Triste

tem de dormir depois da madrugada.

Rafael Nascimento

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