Em plena escuridão
Ou na claridade do dia
Quando tudo corria bem
O demónio interno vem
E com toda a sua ousadia
Leva-me para um poço de escuridão.
Na minha enorme inocência
Achava que seria um dia normal
Mas agora peço misericórdia
Com os meus pensamentos numa mixórdia
E uma sensação de pânico abismal
Entrando num estado de incongruência.
O meu ser inconsolável
Apenas pensa em todo o mal
E o que seria de mim
Se neste momento sem fim
Recorresse ao instinto primal
De raiva incontrolável.
Porque o medo e o pânico
Que em nada parecem especiais
Provêm de dor e frustração
Causadas por gente sem consideração
Tendo pensamentos confidenciais
De horror vulcânico.
Mas como ser racional que sou
Volto ao estado de demência
Afogando as mágoas em choro
E em álcool, um belo soro,
Pedindo à minha mente clemência
Face à tristeza que me abalou.
Mas como escrever não apaga o pânico e a dor
Vou dormir para ver se passa, e fazer-vos um favor.
Daniela Baeta Francisco
P.S: O Mês da Poesia é um desafio interactivo promovido pelo Opina com o objectivo de dar espaço aos nossos leitores para partilharem os seus escritos poéticos. O Mês da Poesia será realizado regularmente de 2 em 2 meses subordinado a uma temática apresentada durante o mês anterior. O tema do mês de Abril será: LIVRE. Enviem-nos os vossos poemas por mensagem privada na página de Facebook do Opina ou por comentário aqui no blog. No caso de haver uma enxurrada de poemas, faremos uma pré-selecção e os poemas seleccionados serão publicados, como de costume, aos Domingos. Boas leituras!