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Chester Bennington (1976 – 2017)


Hoje vou falar de um nome incontornável da música nas últimas duas décadas.


Não vou entrar em discursos filosóficos sobre a vida de Bennington e a sua morte inesperada, aparentemente auto-infligida, aos 41 anos.


Não vou elogiar Bennington por ser uma pessoa fantástica, amante de unicórnios, excelente pai, marido e filho, filantropo de muitas causas, ex-bêbado e tudo o mais que há de ter feito de relevante durante tempo que por cá andou.


Não tive a oportunidade de conhecer Chester Bennington pessoalmente e, como tal, não é da sua vida pessoal que vou falar. Vou falar de onde conheço o seu trabalho e do quão fantástico este músico e cantor era.


Para mim, que era teenager nos inícios dos anos 2000, altura em que os Linkin Park surgem na cena internacional, o impacto foi imediato. O Nu Metal estava em grande, trazido para a ribalta por bandas como Limp Bizkit, Korn, Slipknot e Papa Roach e combinava rockalhada da boa com distorção valente e demais efeitos nos instrumentos de cordas, misturada com sintetizadores e/ou DJ’s e/ou ritmos cantados mais comuns no rap ou no hip-hop.


Foi já em 2003-2004 que os Linkin Park me chegaram aos ouvidos com o álbum Meteora, de que gostei tanto, que me motivou a procurar e descobrir Hybrid Theory, o álbum de estreia, lançado uns anos antes e acompanhar daí em diante. Os Linkin Park tinham, mesmo dentro do género, bastantes atributos de relevo que cativavam o ouvinte e os faziam distinguir dos demais grupos. A parte instrumental destacava-se com um excelente equilíbrio entre elementos hard rock/heavy metal e um toque eletrónico que permitia explorar elementos mais melódicos que complementavam muito bem o instrumental mais pesado. As letras eram boas, os video clips revolucionários para a época, com um toque de originalidade e tecnologia quase cinematográfica que se destacava, mas era mesmo no registo vocal que, o mesmo pouco convencional, no entanto, muito bem trabalhado equilíbrio entre um Mike Shinoda, um rapper, e a voz potentíssima, inigualável de Chester, gritada, carregada de emoção, e força, porra, o homem cantava com força, afinado, bem colocado, com projeção, mas forte, fiel ao género e único entre os seus pares.


Chester era, na altura, e continuou a ser até à sua morte, no passado dia 20 de Julho, o mais distintivo atributo de uma banda única, uma das melhores das últimas décadas, das mais marcantes, com um número de hits incrível e que marcou vidas e tendências musicais nos últimos 20 anos.


Por essa voz fantástica, por uma carreira cheia de músicas que nunca seriam o que são sem a sua contribuição e interpretação, pela falta que vai fazer daqui em diante nos Linkin Park, no panorama musical e no Nu Metal, por grandes álbuns e concertos, pelas emoções, pela entrega e pela energia, por esse talento que trazias contigo e gritavas para fora do peito, obrigado Chester!



Nuno Soares




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